Bullying no trabalho

O bullying é definido como uma forma de terrorismo psicológico que implica uma atitude hostil e desprovida de ética praticada de forma sistemática – e não ocasional ou episódica – por parte de uma ou mais pessoas, eminentemente, no confronto com um só indivíduo que acaba por se encontrar numa situação indefesa e tornar-se objeto de uma série de iniciativas vexatórias e persecutórias. Estas iniciativas devem ocorrer com uma certa frequência (pelo menos uma vez por semana) e durante um certo período de tempo (pelo menos seis meses). Por causa da grande frequência e da longa duração do comportamento hostil, esta forma de mau trato provoca considerável sofrimento mental, psicossomático e social. O mais significativo dano para o indivíduo pode ir de depressão até ataques de pânico, hipertensão arterial, ansiedade, perda de memória...



O Bullying no trabalho é mais comum nas mulheres e está presente em quase todos os sectores laborais, há, no entanto, algumas áreas em que é maior a sua prevalência: 26% na área da gestão, contabilidade e funções administrativas; 9% da área da saúde; 9% no ensino; 9% em secretariados, balcões e centrais telefónicas; 9% em meios de pesquisa, investigação, métodos e informática e 9% nas áreas do comércio e vendas. Nos estudos realizados com profissionais dos serviços de saúde parece haver uma preocupação especial pelo sector dos serviços de enfermagem. Os enfermeiros foram considerados como a classe profissional mais exposta a situações de bullying, numa amostra de 1100 trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde, em que 36% são enfermeiros, a prevalência neste grupo é de 44% e cerca de 42% testemunharam situações de violência, embora não se considerando, eles próprios como vítimas.


Gráficos

Tabela 1: Distribuição das respostas quanto à frequência das agressões entre aqueles que declararam terem sido agredidos por seis meses ou mais.

Categorias
Freqüência
Porcentagem
Porcentagem Válida
uma vez por mês
43
16.5
17.1
uma vez por semana
61
23.5
24.3
várias vezes por semana
147
56.5
58.6
Total
251
96.5
100.0
NR
9
3.5

Total
260
100.0



Tabela 2: Mostra a distribuição das respostas sobre o tipo de agressor e os resultados dos testes de χ². Somente quando o agressor é identificado como sendo o superior hierárquico há uma maior frequência de identificação de homens como agressores, em todos os outros casos, as mulheres são apontadas com maior frequência como agressoras.
Dos 848 bancários que responderam à questão sobre a consciência do agressor (Acha que o agressor tem consciência do que faz), 49,41% responderam afirmativamente, 17,10% negativamente e 33,49% afirmaram não saber.
Porcentagem das respostas sobre o tipo de agressor (n = 781).





homem(s)
(%)
mulher(es)
(%)
os dois
(%)
χ2
(gl=2)
p
Colega
13.07
23.60
16.10
10.021
0.007
Conjunto de colegas
3.52
4.49
27.80
95.795
0.000
Superior hierárquico
64.32
56.74
48.78
13.761
0.001
Subordinado
0.75
3.37
6.34
5.149
0.076
Conjunto de subordinados
0.75
0.56
6.34
15.690
0.000


Figura 1: Mostra a distribuição das respostas dos 733 participantes que responderam a questão sobre a posição do agressor na organização e o gênero do agressor.


Figura 2: Porcentagem das respostas sobre o tipo de agressor (n = 781).


Figura 3: Porcentagem das respostas ao tipo de agressor “conjunto de colegas” por orientação sexual (n = 2484).


Figura 4: O  nível de escolaridade tende a ser uma das formas de ocorrência do bullying . Porcentagem das respostas ao tipo de agressor “subordinado” por escolaridade (n = 2569).



Figura 5: As mulheres tendem a apontar as mulheres como agressoras com maior freqüência que os homens, como mostram abaixo.
Porcentagem das respostas sobre o tipo de agressor por sexo (n = 760).